domingo, 22 de novembro de 2015

RENNE - guerra de la paz!
















Alain Guerra (Born: 1968 Havana, Cuba) and Neraldo de la Paz (Born: 1955 Matanzas, Cuba).

NOAH - as palavras não bastam!

PALAVRA

As palavras são moedas gastas que os homens trocam em silêncio.
 --- Mallarmé


Infância vem do latim infans: o que não fala.
Ainda que pareça excessivo, para os adultos que somos, sem a voz da criança não há descoberta possível, nem poesia, nem paraíso, nem dor, nenhum conhecimento, nenhuma comunhão.


Em lábios de crianças, loucos, sábios, apaixonados ou solitários, brotam imagens, jogos de palavras, expressões surgidas do nada... Feitas de matéria inflamável, as palavras se incendeiam assim que as roçam a imaginação ou a fantasia.  --- Octávio Paz


ADULTO
Quando uma pessoa está morta. (Héctor Barajas – 8 anos)
Pessoa que em toda coisas que fala, vem primeiro ela. (Andrés Felipe Bedoya - 8 anos)

AMOR
É quando batem em você e dói muito. (Viviana Castaño – 6 anos)
O amor é o que faz as crianças. (Adelaida Restrepo - 10 anos)

ASSASSINATO
Tirar o melhor de uma pessoa (Juan E. Restrepo – 9 anos)

AUSÊNCIA
É quando eu vou morrer. (Yorlady Rave – 8 anos)

BÊBADO
É uma pessoa que mais ou menos quer matar. (Nelson Ferney Ramírez – 7 anos)

CARINHO
Amarrar as pessoas. (Valentina Nates – 9 anos)

CASAL
É onde os pássaros se metem. (Diego Alejandro Tabares, 8 anos)

CASAMENTO
É o pior do mundo. (Ana Cristina Henao – 8 anos)

CORPO
Machucaram meu corpo. (Andrés Felipe López – 7 anos)
Nosso corpo é uma coisa que todos nós seres humanos temos e que nunca devemos deixar os outros tocarem. (Diana Marcela Vargas, 10 anos)
É um rosto que se mexe, ri ,entristece e se sente sozinho. (Mary Yuly Vera – 10 anos)
O corpo é a vida de alguém, porque alguém sem corpo faz o que? (Luisa Fernanda Velasquez, 8 anos)
É como uma coisa que anda em alguém. (Andrés David Posada, 6 anos)
Aquilo que dirige alguém. (Andrés Felipe Bedoya – 8 anos)
Meu corpo é alma. (Juliana Bedoya – 7 anos)
Eu. (Mateo Ceballos – 10 anos)
É no que colocamos a roupa. (Camila Mejía – 7 anos)
É para alguém se encostar. . (Jhonny Alexander Arias, 8 anos)
Serve pra sentir. (Jhonny Alexander Arias, 8 anos)
É que nos dá pensamento. (Blanca Nídia Loaiza, 11 anos)

CRIANÇA
Tem ossos, tem olhos, tem nariz, tem boca, caminha e come e não toma rum e vai dormir mais cedo. (Ana Maria Jiménez – 6 anos)
Humano feliz. (Jhonan Sebastián Agudelo – 8 anos)
Quando nasce é pequenininho e quando cresce um pouquinho e não sabem seu nome chamam de menino. (Daniel Jaramillo – 7 anos)
O que estou vivendo é criança. (Johanna López, 10 anos)
É brinquedo de homens. (Carolina Àlvarez – 7 anos)
Humano em tamanho pequeno. (Alejandro López – 9 anos)
Danificada da Violência (Jorge A. Villegas – 11 anos)
Responsável do dever de casa. (Luisa María Alarcón – 8 anos)

DEUS
Deus e a morte são um. (Edison Albeiro Henao – 7anos)
É uma pessoa que dirige a gente com controle remoto como se a gente fosse seu escravo. (Juan Esteban Ramírez – 9 anos)

ESCRITA

É um senhor que escreve e tem muita autografia. (Weimar Grisales – 9 anos)


Casa Das Estrelas - o Universo Contado Pelas Crianças - Javier Naranjo.

 

LEONOR e ALEX - isso é um convite!


TONY - espelho televisionado.



TODOS - sobre o cárcere: real e simbólico!



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Quando a imagem da morte é necessária para nos lembrar dos vivos


 Leonardo Sakamoto 03/09/2015


Li reclamações de leitores de jornais e sites indignados com a veiculação de uma imagem do corpo morto de um pequeno menino sírio, afogado e estirado em uma praia da Turquia após uma tentativa fracassada de sua família de atravessar o mar para fugir da guerra.
Publicadas com cuidado que o tema merece, por mais que doam aos olhos e mexam com o estômago e atrapalhem o jantar ou o café da manhã, imagens têm o poder de trazer a realidade para perto.
É fácil ficar indiferente diante de números de violência, mas com rostos a situação muda de figura. Dizer que milhares de pessoas morrem afogadas na tentativa de fugir do conflito na Síria ou de fome na África é uma coisa. Mas mostrar a morte de uma criança, usando as mesmas roupas e, quiçá, o mesmo corte de cabelo que o filho de qualquer um de nós é outra.


Ou trazer o corpo frio de um rapaz moreno, de olhos bonitos, que era marceneiro, e de sua noiva, professora, que gostava de cantar de manhã.

Ou ainda os cadáveres de três adolescentes de uma mesma família, que sempre esperavam até a noite acordadas a chegada do pai que trazia comida para dentro de casa.
Ou de um motorista de uma ambulância, que tinha orgulho do seu trabalho.
O outro deixa de ser estatística, e passa a ser um semelhante, pois é feito de carne e osso e não de números. Nesse momento, há uma aproximação, uma identificação, fundamental para empurrar os espectadores de um conflito para ações, de protesto, de boicote. Seja em uma crise humanitária no Mediterrâneo, em um massacre no Oriente Médio, em uma guerra entre grupos rivais na África, na luta pela independência do Sudeste Asiático ou por conta da violência armada em favelas das grandes cidades do Brasil.

Vivemos em um mundo cuja informação se espalha em tempo real. Mas, mesmo com essa facilidade, muitos se furtam de ter acesso ao mundo.
Ao mesmo tempo, a tecnologia bélica transformou certos conflitos em cenas de videogame, filtrando sangue, suor e vísceras pelas lentes de drones e câmeras de aviões e helicópteros. O que chega, não raro, à tela de uma TV, de um computador ou de um smartphone é algo asséptico, palatável, consumível em doses homeopáticas. Pois não parece humano e sim ficção.
Quando a comunicação é globalizada, cresce a força e a importância de ações globalizadas pela paz. Acertam os veículos de comunicação que divulgaram as imagens, como o UOL, que não configuram sensacionalismo como os programas espreme-que-sai-sangue da TV, que repetem aquilo que já se sabe pelo tesão da audiência. Mas são uma declaração pública contra a barbárie.


Diante disso, a ignorância do que acontece à nossa volta deixa de ser uma benção e passa a se configurar delinqüência social.


fonte: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/09/02/por-que-publicamos-a-imagem-do-menino-sirio-afogado.htm